Essa semana recebi uma pauta religiosa. Percorrer a procissão em nome de São José, no bairro homônimo, e tentar encontrar ali algum drama, alguém andando com os pés descalços, algum ser temente a Deus rogando para os Céus pedindo por alguma luz no fim do túnel. “Encontre alguma história humana”, pedia a pauta.
“História humana?” - indaguei. Com meu rápido questionamento veio junto uma catadupa de pensamentos filosóficos, lembrei de cara de Niezstche. “Onde vós vedes coisas ideais, eu vejo – coisas humanas, ah, coisas demasiado humanas!”. Eu também vejo humanidade em tudo ao meu redor. Na procissão não foi diferente. Encontrei humanidade na senhorinha octogenária dizendo que São José tinha lhe curado a forte gripe. Depois me deparei com um senhor de nome Calixto, com uma fala difícil, confusa, mas entendi que os seus pés pisavam direto no chão por causa de sua filha, envolvida amorosamente com um marginal. Coisas da vida.
Percorrendo as ruas do bairro junto com seus moradores, (além de ficar absolutamente suado) percebi a simplicidade das casas, das pessoas em si, da fé inabalável e irredutível. Estavam todos com um pé além da vida. Fosse pela idade já avançada da maioria, ou muito mais pela aparente sinceridade que demonstravam em louvação ao Santo, tido pela igreja como patrono da família, já que São José ficou na incumbência de ser o pai adotivo de Jesus Cristo.
"Deus", "imortalidade", "salvação", "além" - para o pensador estes são conceitos com os quais não necessitamos demandar tempo. Enquanto ele vê Deus como uma resposta esbofeteada, os moradores do bairro de São José andam com os pés no chão...
Sempre admirei a fé dessas pessoas , onde há mais pobreza é onde encontramos mais fé. Faz parte da evolução do espírito.
ResponderExcluirBeijinhos de Rozangela Melo!!!
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é por isso que a poesia do cotidiano sempre foi minha preferida.
ResponderExcluirBelo blog.
Abs,
Bernardo
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é o que de mais fantástico há em ser jornalista... viver o outro!
ResponderExcluirnossa muito interessante o texto, legal ver a cultura e as crenças de cada um. texto de bastante qulaidade, parabéns!
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