Imagens: Ana Amaral
Fazer ronda policial é sempre um exercício interessante. Além de se deparar com toda sorte de vigarice, a ronda dá origem a um texto mais liberto quanto sua escrita, já que o fato policialesco abre espaço para narrativas mais dotadas de ação e por quê não dizer, emoção. Dito isso, vamos ao ocorrido.
No bairro da Cidade Alta, a mulher do dono de uma remanufaturadora de cartuchos, enquanto tinha a loja assaltada por dois ladrões, ligou primeiro para o marido para avisar do infortúnio, ao invés da polícia. Não deu outra. Pensando se tratar de simplórios trombadinhas, o dono da loja foi voando para o seu estabelecimento, espulsar ele mesmo os larápios que surrupiavam seu negócio.
Revólver na cara, "entra no carro e dirige fela da puta", foi o que ele ouviu. Descendo em direção à velha Ribeira, ainda deu carona para mais um bandido. Num dado cruzamento começa a troca de tiros. Bang! bang! bang! O dono do carro salta do veículo ainda em movimento e os ladrões fazem a permuta do Uno do dono da loja por um Chevette, e seguem destino rumo ao bairro das Rocas, lugar de gente humilde, mas que abriga uma grande leva de vagabundos e outros tipos perigosos à sociedade pequeno-burguesa.
Do Chevette, os três comparsas tentaram trocar de carro mais vez, mas só um deles conseguiu, fazendo de refém dessa vez um funcionário público no seu Gol, com algumas prestações a vencer. Enquanto dois tomaram rumo a pé, o que roubou o Gol fez o homem dirigir por pouco tempo. A polícia já fazia o cerco e não contou conversa. Alvejou o carro com ladrão, com refém, com tudo dentro. O motorista pediu a Deus e teve sorte. Nenhum arranhão. O bandido levou dois balaços no peito esquerdo e foi internado, mas já teve alta e seguiu pra delegacia de plantão, que vez por outra vem sendo palco de fulgas e outros procedimentos mais obtusos.
O funcionário público disse que estava na rua conversando com um amigo quando tudo aconteceu. Devia estar trabalhando na repartição... O dono da loja nunca mais dará uma de super-herói, espero... Dois dos bandidos continuam foragidos.... A coisa só ficou preta pra um deles, um moleque de 20 anos de idade, morador do bairro de Mãe Luiza, um lugar cercado por verde e bem pertinho do mar, mas que de santo não tem nada. Vida que segue.
é rapaz, ir pra rua fazer apuração é isso aí... mas o bacana é, como vc falou, quando dá pra dar uma pincelada de crônica no relato dos eventos...
ResponderExcluir(bizarro o cidadão pulando o defunto na segunda foto!)
abraço
De ronda policial eu entendo, já redigi e editei no 'Povo'. Jornal mais policial do Brasil!
ResponderExcluirUau, NP pra vc!!!
ResponderExcluirAssustador!!!
Abraços
Olá...
ResponderExcluirAgradecendo a passadinha em meu blog!
Há textos novos por lá.. suas postagens também são ótimas!
saudações
Realidade... pena.
ResponderExcluirFilipe,
ResponderExcluirEu indiquei você para receber o selo Blog de Ouro. Passe no mariacabocla e pegue o seu.
Beijos de vovó